No rastro da queda dos Precursores, numerosos impérios menores surgiram das cinzas. Alguns liderados pelos raros sobreviventes do Cataclismo, os poucos Precursores restantes que ainda contavam com algum grau de sanidade. Outros foram guiados pelos experimentos dos antigos, incluindo servos despertados, criaturas aprimoradas e até autômatos movidos a Essência. Todos desmoronaram em um punhado de séculos, porém, incapazes de manter e utilizar a avançada tecnomagia dos antecessores, e muito menos manter um semblante de civilização nas terras destroçadas e estranhas do Novo Mundo. Destes reinos, o maior e mais bem-sucedido foi o Legado Dentelongo, um coletivo de símios maiores e menores infundidos em Essência. Juntos, em proximidade a Gaia, conseguiram construir um próspero império nas Montanhas Ninho Celeste, uma cadeia de picos flutuantes e vales verdejantes. Mesmo conforme suas formas se alteravam e cresciam sob influência do tempo e da Essência, os símios do Dentelongo perseveraram, usando o grande tamanho e força para proteger as terras de todos os intrusos. Infelizmente, meros séculos antes da chegada dos primeiros exploradores do Velho Mundo, uma tragédia se acometeu. Rei Thanako, um governante sábio e respeitado, perdeu a mulher e o filho numa avalanche. A perda lançou Thanako numa espiral de luto e loucura. Desesperado para ressuscitar a família, ele se voltou para medidas cada vez mais tenebrosas, acabando por abandonar completamente Gaia pelas promessas sedutoras de Slern. Os esforços dele se intensificaram, cada vez mais brutais e profanos, e a sanidade continuou a se deteriorar até que a deposição e o exílio que se seguiram nada mais significavam para ele.
Finalmente, depois de décadas de experimentos repugnantes e rituais cada vez mais horrendos, Thanako acendeu uma fagulha de necromagia sob as Montanhas Ninho Celeste, na esperança de alimentar não só o retorno da própria família, mas o de todos aqueles que se perderam pelos anos. A detonação resultante foi tão catastrófica que derrubou a cordilheira inteira, fundiu incontáveis símios em monstros mortos-vivos e reviveu ainda mais outros como lacais sem inteligência, todos sob o domínio de Thanako. Agora o Rei Maldito governa um império apodrecido de montanhas tombadas, selva entrevada e símios zumbificados. Do ponto de vista pervertido dele, porém, tudo foi corrigido, pois, na calamidade, a amada esposa e filho dele foram de fato devolvidos — ainda que Thanako esteja insano demais para perceber que são apenas carcaças salivantes do que já foram um dia.
