Dizem que Chifre de Lesma já foi uma fênix um dia, e um amigo de Solara. Isto é, até ele traí-la. Invejando o prestígio de Solara junto a Haala, Chifre de Luz, como ele já foi conhecido, desejava estar tão alto quanto ela na Escada de Haala.
Séculos de ressentimento culminaram numa traição bem acima da Fenda Urera. Eles estavam enfrentando um cerco das forças de Slern, e foram alvejados por uma salva de tiros. Bastou um empurrão. Solara foi jogada na chuva de flechas e caiu, mergulhando fundo na fenda.
Horrorizada, Haala amaldiçoou Chifre de Luz, extraindo a luz dele, impedindo que ele ressuscite de novo, como fazem as outras fênix. Ele também perdeu os olhos, para que não possa jamais contemplar a luz de Haala.
De fato, Slern, atraído por essa demonstração de traição, viu uma oportunidade. Comandou mais uma salva de flechas venenosas e derrubou Chifre de Luz, que também acabou no fundo da fenda. Séculos depois, conforme o próximo ciclo de renascimento, Solara emergiu, mas Chifre de Luz continuou desaparecido. Slern, um artesão de cadáveres, reviveu Chifre de Luz, modificado, maldito, pervertido. Não restava mais sinal das gloriosas penas e do chifre luminoso que lhe dera o nome. Uma massa de carne podre alada. Chifre de Lesma nasceu.