Os primeiros exploradores aprenderam sobre as lendas locais. Os antigos sempre contaram de pedras que falavam e árvores que se moviam. Em todas essas lendas, sempre havia um companheiro de viagem que desaparecia, atraído por algo que ele desejava. Comida, bebida, carne ou riqueza. Em todos os contos, o desejo específico do companheiro parecia se manifestar logo atrás da pedra ou árvore, chamando-o, guiando-o. Lá ia ele, desaparecendo para sempre. Simples assim.
Isso continuou por séculos. Árvores cantantes, eram chamadas, ou rochas atrativas. Os viajantes ficaram mais espertos, evitando locais conhecidos ou mudando de caminho ao avistar uma pedra ou planta que se movia. Às vezes era só uma brisa ou o solo assentando, mas os viajores eram cuidadosos a tal ponto.
Com o tempo, as histórias começaram a mudar. Os penedos ficaram mais inquietos, tremendo como num terremoto. As árvores? Ondulavam como numa tempestade. As histórias ficaram ainda mais bizarras. Os caminhantes contavam de pelo nas rochas e árvores.
Quando as pessoas começaram a sumir de novo, desta vez os contos descreveram uma aranha gigante, e isso resolveu o mistério. Chamam-na de Ananzi, a Trapaceira. Realizadora de Desejos.
Exploradores da nova terra seguiram adiante sem o benefício dos mitos e lendas para temperar a curiosidade. Pagam com a vida, enquanto amigos e parentes presumem que desapareceram devido ao perigo comum do estranho mundo, cair da beirada da ilha.